segunda-feira, 2 de maio de 2011

Como ser um crente frustrado

Esboço da pregação de domingo dia 01/mai

Título:Como ser um crente frustrado

1-Sendo um ser espiritual preso a uma alma e vida carnal.
Não priorizando a existência espiritual com suas necessidades intrínsecas.
Deixando assim de conhecer a sua identidade em Cristo, como filho de Deus, e deixando de conhecer aquilo que Cristo conquistou na cruz para nós.

2-Não tendo um propósito cristão firme na vida.
Sem um propósito, vez ou outra nos sentiremos/perceberemos inúteis.
Quando não priorizo nada, minha vida se torna vazia de sentido, mas quando supervalorizo coisas fúteis, minha vida se torna vazia de sentido e eu me torno mesquinho.

O mesquinho faz tempestade em copo d'agua, afinal o copo d'agua é a sua vida.
Por um lado ele se contenta com futilidades, por outro ele se desestabiliza e até desmorona por coisas pequenas.

3-Tendo um propósito cristão, não o priorizar e não trabalhar duro nele.
Ficar esperando que Deus ou a vida me leve aos meus alvos ou os traga para mim, na verdade me trará a frustração de não alcançar.

Muitos preferem lamentar o que não possuem, enquanto outros superam a si e as suas circunstâncias transformando a sua realidade.

4-Exigindo de si mais do que você pode oferecer ou fazer.
Trazer uma carga sobre si maior do que a suas próprias forças te deixará frustrado por não alcançar o impossível.

5-Oferecendo e fazendo menos do que você pode.
Assim ficará frustrado por não alcançar o possível.

Precisamos continuar sempre acreditando que o Evangelho é transformador. Ele transforma indivíduos e consequentemente transforma sociedades. E como cidadãos do Reino de Deus devemos firmar nossas vidas em propósitos coerentes com a fé nesse Evangelho.

Não esqueçamos: pessoas valem muito mais que coisas. E a nossa satisfação não é o consumo. Mas o serviço, a identificação com Cristo quanto a Sua vida e quanto a Sua obra.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Considerações acerca de revoluções pessoais

Os caminhos trilhados durante as mudanças são no mínimo desconhecidos. Reformular minhas próprias convicções, reavaliar hábitos que na minha prática diária se tornaram vazios de sentido. Confrontar minhas intenções e modos de agir e criticar as ideias que me cercam.

Revolucionar-se não é tão simples porque é preciso lidar com as complicações que produzimos ao longo da vida. Mas revolucionar-se é libertador! É libertador quando não nos perdemos completamente saindo da simplicidade de Cristo.

Como são caminhos desconhecidos e como nós somos seres com uma natureza corrompida pelo pecado; quando eu revoluciono a mim mesmo eu me levo para onde?

A boa revolução exige uma substituição de sistema. Substituir coisas más por outras coisas más é somente simulação de liberdade. É ser transferido de um presídio para outro: pode-se ter algum conforto ou benefício extra, mas é um presídio.

O processo de mudança em si precisa conter já a semente da nova vida.
Se eu quero sair de um esquema onde pessoas me subjugam ou me ferem, preciso fazê-lo sem ódio ou rancor.
Se eu quero largar os meus erros, preciso estar num processo chamado santificação. Santificação para mim traz a idéia de movimento em direção a algo, a santidade.
A ira do homem não produz a justiça de Deus!

Eu preciso mudar meu sistema interno. A lógica interna que se corrompeu.
É comum mudarmos de posição nas batalhas, mas é raro mudarmos o esquema do jogo. Mudar os alvos, rever os objetivos.

Eu preciso entender que a grande revolução não é externa, não é condenar e decapitar os meus opressores humanos, ou detonar os lugares onde sofri.
É sair para dentro de mais compaixão. É sair debaixo do julgo dos homens sim, mas para voltar a eles servindo-os em amor. Este é um dos paradoxos mais lindos do Reino!
Eu, ao me tornar livre em Cristo, vivo uma submissão mais essencial, mais entranhada, compreendida no íntimo, valorizada, útil para o próximo.
A revolução cristã não é egocêntrica, não é rancorosa, não é ensoberbecida, não é injusta...Sim a revolução cristã é em amor e é amor.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Refletindo acerca de obediência

Estou postando aqui uma reflexão de uma irmã e amiga nossa, a Lorena.

Até que ponto é correto obedecer?
Até o ponto em que sua consciência entender.
Disso não falo de obediência a Deus, mas aos homens!
De que vale para Deus um exército de homens sem entendimento, obedecendo cegamente a homens que "detêm o poder e a voz de Deus"?
No que é proveitoso para o Espírito que Ele se comunique por telefones humanos?
O Espírito nos foi dado para uma comunicação direta!
Para um diálogo específico comigo e com você. E muitas vezes outros nunca poderão entender.
Seria infantil de minha parte, achar que Deus só vai falar coisas sobre mim para mim (não foi assim com o rei Davi). Mas achar que Deus só vai me confrontar ou se comunicar comigo através de outros seria burrice.
E esse é o ponto: Deus não quer seguidores "burros", que entendem apenas palavras bem aglutinadas e impostadas. Deus quer um exército forte em conhecimento (amarás o Senhor teu Deus de todo teu entendimento) pessoal sobre Ele. Pessoas que andem perto dEle e por isso andam juntas, pois têm um amigo em comum, mas sua comunicação com cada um é direta!

Lorena



Basta ler com atenção para notarmos que a autora do texto não nega os princípios tradicionalmente acolhidos pela igreja: submissão, obediência. Mas não negar não significa torná-los ideias "intocáveis". Pelo contrário, exatamente por serem princípios importantes devem ser alvos de nossa criteriosa avaliação. Precisamos entender os princípios para não sair deles, para enxergar sua aplicação mesmo em situações incomuns.
A má aplicação dos princípios distorcem o entendimento dos fiéis. Mas quem aplicou mal? Nós mesmos. Não só os líderes, somos nós todos.
Nós entregamos para outros a responsabilidade que é nossa, e esses outros, bem intencionados ou não (depende da sorte), acabam tentando fazer por nós o que ninguém pode fazer: se relacionar com Deus.

No mais, amemos. Não só de palavras, mas em atos e em verdade.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sobre Tradições e Costumes dos Evangélicos - Parte I

Um dos grandes problemas nas igrejas evangélicas (católicas também) é as pessoas não entenderem a diferença entre Tradição e Escritura.
A Tradição tanto pode ser boa como pode ser ruim. A Escritura, no entanto, é sagrada.
A Tradição é fruto de uma interpretação temporal da Palavra de Deus. As Palavras do Senhor não passarão.
A Tradição vem da forma como um grupo em determinado tempo na história estabelece seu jeito de agir e comportar-se numa realidade terrena a partir da sua percepção da Palavra.
Um bom costume, enquanto ele for coerente com a realidade das épocas, deve ser preservado. Nós precisamos da profundidade histórica.
Não é porque o tempo mudou que a igreja vai substituir todos os seus costumes e não ter Tradição.
Por outro lado um costume novo não tem por que ser uma ameaça à Palavra simplesmente porque é diferente ou mesmo contrário à Tradição. O critério sobre os novos costumes e as novas maneiras de manifestar a fé não deve ser a Tradição mas sim as Escrituras. A Tradição contribui, sem dúvidas. Deve ser levada em conta por que traz a mensagem de vida de comunidades inteiras que viveram a fé antes de nós.
As comunidades cristãs vivem experiências com o Evangelho e por meio dessas experiências estabelecem meios de viver, de modificar a realidade, de expressar fé publicamente. Naturalmente estabelecem práticas devocionais edificantes. Mas não deveriam ESTABELECER como REGRAS para enquadrar a vida cristã. Estabelecer sim como hábitos, costumes, BONS costumes. Mas não como verdades absolutas que acabam por promover divisões no corpo e que incontáveis vezes servem para os "Lobos" como "instrumento sacralizado e sacralizante" de domínio e exploração dos fiéis.

Irmãos, é um assunto longo e muito bom. Paz! Depois tem mais.
Obs.: Lembrando que o objetivo não é destruir, mas compreender melhor para crer mais e expressar melhor.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O passado sozinho não é vida agora

A ação de "buscar a Deus" é um dos principais parâmetros para entender como o meu relacionamento com Deus está.
Se qualquer coisa que seja me faz parar de buscá-lo e eu me convenço a tentar simplesmente preservar minhas memórias quanto a esse relacionamento, eu já deveria mesmo era saber que o mesmo está cambaleando e próximo de um trágico fim.
Ostracismo, paralisia e morte.
A vida com a sua dinâmica característica está perdida.

Por mais que eu seja capaz de me lembrar das experiências do meu passado com Deus, se essas mesmas experiências não me motivam e impulsionam na busca de novas experiências, mesmo simples, mas constantes, diárias, então essas memórias estarão, no que diz respeito ao poder de vida, mortas.

A sede de buscar a Deus garante experiências novas e vivas que vão fazendo das memórias um rico e poderoso depósito fornecedor de matéria prima para o presente do relacionamento. As lembranças devem manter sua unidade com o agora, a vida agora que constrói também o futuro. Relacionamento com Deus é vida inteira.
O passado confere consistência e profundidade ao presente. Mas o passado sozinho não é vida agora.

Eu não deixaria de rever minhas experiências passadas com Deus, nem sob o medo da possibilidade de descobrir que essas experiências foram na verdade uma ilusão minha, uma interpretação ingênua ou um engano qualquer. Claro, isso poderia ser de certo ponto de vista algo destroçador, mas minha busca por Deus é Hoje. Quero conhecê-lo num processo que eu sei ser permanente, esteja onde eu estiver dentro desse processo. O indispensável é estar no processo, estar me relacionando hoje, buscando sempre.

Por outro lado, não seria justo comigo mesmo eu fazer uma revisão das minhas memórias com Deus fora da ação de buscá-lo, fora do trabalho de conhecê-lo. Seria entregar memórias preciosas que se discernem espiritualmente a uma mente fria que trabalha dentro de uma perspectiva estritamente natural.

Não deixemos de lembrar também que buscar a Deus não é o mesmo que buscar o que eu quero que Deus seja ou faça, nem é o mesmo que buscar meramente as manifestações sobrenaturais do Seu poder.

Quero conhecer e prosseguir conhecendo ao Senhor.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Refletindo

O que é uma comunidade cristã, Jesus?
Qual a sua realidade?
Como os interesses coletivos podem competir com os egos inflamados?
Como os objetivos de uma "igrejinha" pode concorrer com a indústria do entretenimento pela atenção dos seus membros?
Quantas curvas terá que fazer em si mesma para atender a necessidade da sua juventude?
Como contará com o trabalho dos que só trabalham pelo salário?
Qual é o sentido de uma comunidade cristã onde os que trabalham nela só o fazem quando estão desocupados (adolescentes ou desempregados) ou tem na "igrejinha" sua única fonte de renda?
Como preservar a pureza das motivações associando-as com a qualidade dos trabalhos?
Meu Jesus, pensar nisso é um mar de tristezas e desilusões. Eu não sirvo pra mover os corações.
Não enquanto eu acreditar tanto na necessidade de um espírito voluntário.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Gente preciosa e rara

Conheço algumas pessoas comprometidas com a verdade, e isso é uma das coisas que mais me deixa feliz de ver em alguém.

Um comprometido com a verdade, não estagna a máquina do conhecimento. Ele não pára de buscar.
Não fica a observar a vida toda, pois seu compromisso em conhecer é também compromisso em atuar.
Sabe que por mais que saiba é sempre incompleto.
Sabe que mesmo as suas melhores intenções ou mais sinceras experiências, não são incontestáveis provas acerca de nada que lhe seja externo.

É capaz de ouvir, não sai atropelando as pessoas com suas descobertas e novidades, mas se o faz logo se arrependerá.
Desconfia de si, não porque não creia no acerto, mas porque sabe que isso é necessário para chegar onde se quer chegar: ao conhecimento da verdade. E esse conhecimento é passado, presente e futuro. Por isso conhece e prossegue em conhecer.

Deus seja louvado por colocar juízo nos seres humanos, que mesmo em queda podem aproveitar para pedir misericórdia e conselho a Deus. Ao homem caído nada mais óbvio que humilhar-se. Por falta disso a fé não vem a muitos. O dom é barrado.