quinta-feira, 7 de abril de 2011

Considerações acerca de revoluções pessoais

Os caminhos trilhados durante as mudanças são no mínimo desconhecidos. Reformular minhas próprias convicções, reavaliar hábitos que na minha prática diária se tornaram vazios de sentido. Confrontar minhas intenções e modos de agir e criticar as ideias que me cercam.

Revolucionar-se não é tão simples porque é preciso lidar com as complicações que produzimos ao longo da vida. Mas revolucionar-se é libertador! É libertador quando não nos perdemos completamente saindo da simplicidade de Cristo.

Como são caminhos desconhecidos e como nós somos seres com uma natureza corrompida pelo pecado; quando eu revoluciono a mim mesmo eu me levo para onde?

A boa revolução exige uma substituição de sistema. Substituir coisas más por outras coisas más é somente simulação de liberdade. É ser transferido de um presídio para outro: pode-se ter algum conforto ou benefício extra, mas é um presídio.

O processo de mudança em si precisa conter já a semente da nova vida.
Se eu quero sair de um esquema onde pessoas me subjugam ou me ferem, preciso fazê-lo sem ódio ou rancor.
Se eu quero largar os meus erros, preciso estar num processo chamado santificação. Santificação para mim traz a idéia de movimento em direção a algo, a santidade.
A ira do homem não produz a justiça de Deus!

Eu preciso mudar meu sistema interno. A lógica interna que se corrompeu.
É comum mudarmos de posição nas batalhas, mas é raro mudarmos o esquema do jogo. Mudar os alvos, rever os objetivos.

Eu preciso entender que a grande revolução não é externa, não é condenar e decapitar os meus opressores humanos, ou detonar os lugares onde sofri.
É sair para dentro de mais compaixão. É sair debaixo do julgo dos homens sim, mas para voltar a eles servindo-os em amor. Este é um dos paradoxos mais lindos do Reino!
Eu, ao me tornar livre em Cristo, vivo uma submissão mais essencial, mais entranhada, compreendida no íntimo, valorizada, útil para o próximo.
A revolução cristã não é egocêntrica, não é rancorosa, não é ensoberbecida, não é injusta...Sim a revolução cristã é em amor e é amor.

Um comentário:

  1. sair debaixo do julgo dos homens sim, mas para voltar a eles servindo-os em amor

    Há coisa mais difícil do que amar aqueles que nos "perseguem", quando estamos de fato machucados (especialmente quando somos machucados por pessoas que confiávamos)?
    Mas nós realmente não podemos esquecer "de que espírito procedemos", porque é a essência do evangelho que carregamos.. amar, amar, amar... independente do amor que recebemos em troca, das circunstâncias em que a vida nos coloca, do estado de nossas almas. Que bom nessa hora é pensar que o amor não é um sentimento, pois a mágoa que sentimos pode ser vencida.. mas o amor que escolhemos viver esse é invencível e ele mesmo vence todas as coisas.
    Somos muito bons em teorizar sobre as verdades do Reino, mas são nesses momentos cruciais de nossas caminhadas em que nos descobrimos imaturos e vazios, em que toda a nossa insuficiência é exposta.
    Que seja, pois, sempre um tempo para mergulharmos mais e mais na graça, no amor, na misericórdia, na simplicidade e na humildade do Senhor. Que a nossa liberdade seja a liberdade de estarmos aptos a praticar esses princípios que amamos tanto "ver" no Seu caráter.

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